Seis meses depois de a fabricante francesa Renault ter saído da Rússia devido à invasão da Ucrânia, Moscovo anunciou que vai usar a fábrica agora desocupada para iniciar a produção dos carros Moskvich da era soviética, a partir de dezembro.
Corpo do artigo
O anúncio foi feito pelo autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin. "A indústria automobilística fracassou seriamente este ano, mas, mesmo assim, espero que possamos lançar a fábrica da Moskvich em dezembro com a ajuda do Ministério da Indústria e Comércio", disse o responsável à agência de notícias Interfax.
A fábrica da Moskvich espera produzir cerca de 600 carros este ano. No próximo ano, prevê-se que sejam produzidos 200 veículos elétricos e 50 mil com motores a combustão. Segundo Sobyanin, Moscovo tem todo o conhecimento necessário para ser um centro da indústria de veículos elétricos.
14670956
Moscovo e a maior fabricante de camiões da Rússia, Kamaz (KMAZ.MM), concordaram, em agosto, investir cinco mil milhões de rublos (cerca de 81,3 milhões de euros) na fábrica da Moskvich. A Kamaz está à procura de um parceiro estrangeiro para produzir carros em Moscovo e pode vir a fazer parceria com uma plataforma chinesa de design, engenharia e produção.
Ressuscitados duas décadas depois da falência
A marca de automóveis Moskvich, que se traduz como "nativo de Moscovo", nasceu em 1929, embora, na realidade, os carros mais conhecidos não tenham surgido até à década de 1950, quando produziram o Moskvitch 400, baseado no Opel Kadett.
A experiência foi posteriormente aproveitada nos anos 60 e 70 para fabricar os seus próprios modelos, que se caracterizavam por serem rústicos, mas fiáveis.
Na década de 1980, com a necessidade de os carros não serem apenas rígidos e resistentes, mas também um pouco mais atraentes, foi lançado o modelo Moskvitch 2141 Aleko. O carro era inspirado no Simca 1307. No entanto, foi também esta característica que fez com que muitos dos engenheiros da marca sentissem esta mudança de foco como uma depreciação pelos seus carros robustos.
A Moskvitch faliu e cessou a produção há cerca de duas décadas, no ano 2000.