A União Europeia (UE) disse, esta quarta-feira, que reuniu "provas" suficientes de que os drones utilizados pela Rússia na Ucrânia foram fornecidos pelo Irão, admitindo sanções contra Teerão.
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"Agora que reunimos provas suficientes, estamos a trabalhar numa resposta europeia clara, rápida e firme", disse Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Uma lista de sanções foi submetida aos Estados membros e é esperada uma decisão "durante a semana", referiu uma fonte diplomática citada pela AFP.
"Um amplo consenso político surgiu (...) sobre o facto de que a UE deve reagir rapidamente", explicou Nabila Massrali.
A Força Aérea ucraniana afirmou que já destruiu 223 drones iranianos desde meados de setembro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba - que na segunda-feira foi forçado a refugiar-se num abrigo devido aos bombardeamentos com drones (aeronaves não tripuladas) contra Kiev -, já pediu ao seu homólogo europeu que sancione o Irão.
Os europeus sancionaram na segunda-feira onze altos responsáveis iranianos, incluindo o chefe da polícia da moralidade, envolvidos na repressão aos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini.
A jovem de 22 anos morreu no hospital em 16 setembro, depois de ser detida dias antes pela polícia da moralidade por não utilizar corretamente o véu islâmico.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).