A aviação russa recebeu ordens para atingir os camiões-cisterna que transportam produtos petrolíferos nas zonas controladas pelo grupo jiadista Estado Islâmico.
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"Hoje foi decidido que os aviões do exército russo deverão alvejar os camiões-cisterna que transportam produtos petrolíferos numa zona controlada pelo EI", anunciou o general Andrei Kartapolov, chefe das operações militares russas na Síria, citado pela agência noticiosa Interfax.
O general não precisou o modo de operação dos aviões russos, a sua altitude durante os ataques ou os meios para reconhecer um camião-cisterna que pertença aos jiadistas do Estado Islâmico (EI).
O comando da operação militar russa na Síria indicou que os seus aviões de combate já "destruíram" 500 camiões-cisterna, sem precisar a que grupos "terroristas" - EI ou outras organizações 'jihadistas' -- pertenciam os veículos.
A destruição destes camiões-cisterna ocorreu "nos últimos dias" antes de ser tomada a decisão de "disparar à vista" sobre estes alvos, acrescentou.
"Nos últimos anos, e nos territórios que controlam, o EI e outros grupos extremistas estabeleceram o que designamos por 'oleoduto rolante'", declarou o militar, ao sugerir que estes camiões-cisterna já transportaram milhares de toneladas de petróleo para as refinarias situadas no Iraque, que partilha uma fronteira comum com a Síria a leste.
O grupo EI controla a maioria dos campos petrolíferos na Síria, em particular na província de Deir Ezzor, com os camiões-cisterna e zonas de aprovisionamento a garantirem importantes fontes de rendimento ao grupo 'jihadista'.
Um estudo publicado em outubro pelo diário norte-americano Financial Times calculava que o contrabando de petróleo garantia aos 'jihadistas' 1,5 milhões de dólares diários (1,4 milhões de euros), e quando o preço médio estava estabelecido a 45 dólares o barril.
Na segunda-feira, o Pentágono tinha anunciado a destruição pela coligação conduzida pelos Estados Unidos de 116 camiões-cisternas utilizados pelo EI perto de Boukamal, localidade na posse do grupo 'jihadista' junto à fronteira com o Iraque.