As autoridades de ocupação russa relataram, esta sexta-feira, um "forte aumento de intensidade" dos combates na região de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, onde decorrem confrontos "em toda a linha da frente".
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"Na direção de Zaporíjia, a intensidade das hostilidades aumentou fortemente", declarou Vladimir Rogov, um dirigente da autoridade regional de ocupação de Zaporíjia, instalada por Moscovo, numa mensagem publicada na plataforma Telegram.
"Caso consideremos a linha da frente no seu conjunto, então os combates decorrem neste momento por todo o lado", precisou o mesmo representante já em declarações à agência noticiosa russa Ria Novosti. "Isso nunca aconteceu anteriormente", acrescentou.
A linha de contacto entre os exércitos ucraniano e russo na região de Zaporíjia está estabilizada desde há vários meses e sem registo de importantes combates, ao contrário das regiões de Donetsk (leste) e Kherson (sul).
O exército russo tinha previamente anunciado a conquista da localidade de Lobkove, situada perto do rio Dniepre, cerca de 60 quilómetros a sudeste de Zaporijia, a capital da região com a mesma designação.
Por sua vez, Rogov indicou que a situação agora relatada "ainda não significa um ataque a Orikhiv [a principal cidade nas proximidades], mas decorrem combates intensos nos seus arredores".
"Os pontos altos [em redor] foram tomados, o que determina o controlo dos disparos sobre Orikhiv e outras localidades", assinalou.
Segundo o mais recente boletim do exército ucraniano, "mais de 20 localidades foram atingidas" na quinta-feira por "disparos de tanques, morteiros e artilharia" russos.
Hoje, o exército russo também anunciou o controlo de Klichtchiïvka, uma localidade a sul de Bakhmut (leste), que se tornou no epicentro dos combates.
Klichtchiïvka, com uma população de cerca de 500 habitantes antes da guerra, encontra-se a menos de dez quilómetros a sudoeste de Bakhmut, cidade desde há vários meses o alvo da ofensiva russa na região.
A sua conquista, e alguns dias após Moscovo ter anunciado o controlo de Soledar (a nordeste de Bakhmut) - que Kiev continua a desmentir -, parece indicar que a Rússia tenta agora cercar a grande cidade, após ter tentado um assalto frontal desde o leste.
Desde o verão passado que o exército russo, apoiado pelas milícias separatistas russófonas locais e mercenários do grupo paramilitar Wagner, tentam ocupar Bakhmut, mas sem sucesso até ao momento. A cidade está hoje muito destruída e quase sem população civil.
De acordo com ucranianos e russos, a batalha por Bakhmut tem sido particularmente sangrenta, com pesadas baixas nos dois campos mas sem referência ao número de mortos e feridos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
