Ryanair acusada de racismo por obrigar sul-africanos a fazer teste em "Afrikaans"
A companhia aérea irlandesa está a ser acusada de racismo depois de exigir um teste em afrikaans aos passageiros sul-africanos, antes de embarcarem em algum país da Europa, para provarem a nacionalidade. A medida visa combater os passaportes fraudulentos.
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A exigência de um teste em afrikaans aos passageiros de origem sul-africana está a ser contestada e apelidada de racista devido ao facto de esta língua ter sido forçada nos termos do Apartheid e ser falada predominantemente por brancos. A medida foi tomada depois de o governo sul-africano ter levantado preocupações sobre uma alegada fraude de identificação, afirmando que os criminosos fabricavam e vendiam passaportes sul-africanos falsos.
O afrikaans é apenas uma das 11 línguas oficiais da África do Sul e a terceira mais falada no país. O teste também está a ser criticado por conter questões que não determinam, por si só, se uma pessoa é, de facto, titular do passaporte, como por exemplo, o lado da estrada em que os sul-africanos conduzem ou a moeda oficial do país.
Um porta-voz da companhia aérea disse ao jornal "Financial Times" que, devido à elevada prevalência de passaportes sul-africanos fraudulentos, exigem "que os passageiros que viajam para o Reino Unido preencham um simples questionário emitido em afrikaans. Se não conseguirem completar este questionário, serão impedidos de viajar e reembolsados na totalidade".
A razão pela qual o teste da Ryanair é realizado em afrikaans, em vez de outros idiomas, como zulu e xhosa, que são o primeiro e segundo, respetivamente, mais utilizados no país é desconhecida.
Um passageiro sul-africano contou ao "Financial Times" que o teste da Ryanair "equivale a discriminação racial indireta". Na rede social Twitter, um utilizador também afirmou que a Ryanair estava a "restringir o movimento do povo sul-africano com base no facto de falarem ou não a língua da minoria branca. Não parece nada bem. Muito racista".
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Outro utilizador do Twitter afirmou que 28 anos depois de o apartheid ser abolido, forçar os sul-africanos a fazer um teste em afrikaans é "puro racismo".
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