O navio de guerra norte-americano "USS Gravely" deixou, esta quinta-feira, Trinidad e Tobago, no âmbito de uma operação antidroga dos Estados Unidos nas Caraíbas, depois de a sua presença ter provocado indignação na Venezuela.
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A partida do destróier foi observada por jornalistas da agência France-Presse (AFP), após uma escala de quatro dias no pequeno arquipélago situado junto à costa venezuelana.
Caracas reagiu duramente à presença do navio, denunciando uma "ação hostil" norte-americana que, segundo o Governo do presidente Nicolás Maduro, visa "criar instabilidade regional sob o pretexto do combate ao narcotráfico".
Os Estados Unidos destacaram nas últimas semanas uma frota de navios de guerra para as Caraíbas e têm conduzido ataques aéreos no Pacífico contra embarcações que alegam pertencer a redes de tráfico de droga.
Desde setembro, o Governo norte-americano reivindicou 15 ataques, com um total de 62 mortos, sem apresentar provas que confirmem a ligação das vítimas ao tráfico de droga - uma campanha cuja legalidade tem sido questionada por especialistas internacionais.
O presidente venezuelano acusou Washington de usar o tráfico de droga como "pretexto para impor uma mudança de regime e confiscar o petróleo venezuelano".
O líder norte-americano, Donald Trump, confirmou ter autorizado operações clandestinas da CIA em território venezuelano e mencionou possíveis ataques terrestres contra "grupos narcoterroristas".
A presença do "USS Gravely" desencadeou uma crise diplomática entre a Venezuela e Trinidad e Tobago.
Na terça-feira, Caracas declarou a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, "persona non grata", após suspender, na véspera, os acordos de gás com o arquipélago.
Persad-Bissessar, uma aliada política de Trump, respondeu com críticas contundentes a Maduro e anunciou medidas para a "expulsão em massa" de imigrantes ilegais - a maioria de origem venezuelana - que vivem no país caribenho.
