PSOE e PNV assinaram acordo que viabiliza formação de Governo. Coligação Canária juntou-se aos socialistas.
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O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Partido Nacionalista Basco (PNV) assinaram hoje um acordo que garante a recondução de Pedro Sánchez como presidente do Governo. A única deputada da Coligação Canária (CC) – que em junho apoiou a investidura falhada de Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP) – também se juntou aos socialistas, que garantem, assim, 179 dos 350 assentos parlamentares. O debate de investidura será na próxima quinta-feira.
Fechado o acordo com os independentistas do Juntos pela Catalunha (Junts), na quinta-feira, a aliança do PSOE com os bascos era quase certa, apenas não tinha sido formalizada. O acordo, assinado por Sánchez e Andoni Ortuzar, líder do PNV, inclui garantias da transferência de todos os poderes consolidados no Estatuto de Guernica, no prazo de dois anos, para o Parlamento do País Basco; de investimento público em infraestruturas na região e abre portas para o reconhecimento nacional do Euskadi, que implicaria a elaboração de um novo Estatuto de autonomia.
"Confio na palavra do presidente Sánchez, mas o nosso compromisso é com o cumprimento dos acordos”, sublinhou Ortuzar. “Em tempos como este, de máxima complexidade e incerteza, todas as forças políticas devem agir com a máxima responsabilidade, acrescentou.
Com a CC, os socialistas asseguraram uma série de compromissos da “agenda Canária”, os mesmos com que Núñez Feijóo concordou, como o investimento em infraestruturas nas ilhas e a reforma da Lei de Menores, para tornar obrigatório e não voluntário que as administrações assumam responsabilidade por migrantes menores.
Popularidade em queda
Uma sondagem do Centro de Investigação Sociológica espanhol, divulgada esta sexta-feira, revela que, a poucos dias da investidura de Sánchez, caso se realizassem novas eleições gerais, o PSOE e o Sumar perderiam eleitores – 1,3% e 0,9%, respetivamente. O PP conseguiria um resultado melhor – aumentando 1,7% –, mas ainda longe da maioria absoluta.
Este deslize nas intenções de voto, a juntar aos protestos com milhares de pessoas que se realizam diariamente, há mais de uma semana, em frente à sede do PSOE em Madrid, denotam a crescente insatisfação com o processo de amnisitia aos catalães. Fachadas de sedes do partido em várias cidades de Espanha e em Bruxelas também foram pinchadas, na noite de quinta-feira, com palavras como “traidores”.