Um milhão de pessoas estão ameaçadas pela falta de alimentação no Haiti, que já sofria para superar os efeitos do sismo destruidor de 2010 quando foi atingido pelo furacão Sandy na semana passada.
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Ainda é difícil ter uma ideia precisa dos desgastes causados pelo Sandy, mas já se pode apontar que causou 50 mortos e destruiu ou atingiu as casas de 20 mil pessoas, avançou um membro da agência da Organização das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em Inglês), Johan Peleman, no sítio da entidade na internet.
O Norte do Haiti, que foi afetado por uma longa seca no início do ano, tinha sido atingido por outro furacão, o Isaac, em agosto.
As autoridades receiam agora que o que tinha ficado das sementeiras tenha sido totalmente destruído pelo Sandy.
"Com o Sul afetado, por sua vez, são de temer sérios problemas de má nutrição e insegurança alimentar nos próximos meses", acrescentou Peleman.
O furacão devastou a agricultura e as redes rodoviárias do país. O primeiro-ministro, Laurent Lamothe, lançou um apelo "à solidariedade internacional".
Segundo as estatísticas apresentadas pelos ministros, foram registadas enormes perdas no setor agrícola, calculadas em mais de 104 milhões de dólares (81 milhões de euros).
A ministra da Saúde Pública, Florence Guillaume, deu também conta de uma situação alarmante, quando, de uma maneira geral, os casos de cólera aumentam nos dias seguintes às intempéries.
Peleman salientou que é de recear um aumento do número de pessoas afetadas pela cólera.
No plano internacional, esta nova catástrofe que afetou o Haiti passou relativamente despercebida, quando comparada com a cobertura mediática do Sandy nos Estados Unidos, em particular em Nova Iorque.