
EVARISTO SA/AFP
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, defendeu esta terça-feira em Brasília a recolha de dados de cidadãos feita pelos Estados Unidos da América e afirmou que é feita "dentro das leis".
"Achamos que os nossos serviços de informações protegem a nossa nação, assim como outros povos. Continuaremos a fazê-lo", afirmou Kerry, após encontrar-se com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Em conferência de imprensa conjunta, Patriota pediu respostas de Kerry sobre o polémico sistema de espionagem e o chefe da diplomacia de Washington afirmou que os Estados Unidos recolhem informação para "proteger os seus cidadãos, como fazem todas as nações do mundo".
Segundo o secretário norte-americano, o esquema foi adotado após os ataques de 11 de setembro de 2001 como proteção contra o terrorismo.
Kerry disse ainda não poder discutir questões operacionais da segurança nacional norte-americana numa conferência de imprensa, mas que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está determinado a prestar esclarecimentos pedidos por outros países.
As autoridades brasileiras solicitaram aos EUA mais informações sobre a recolha de dados, denunciada por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional norte-americana.
Kerry, citado pela Agência Brasil, minimizou o impacto da polémica da espionagem nas relações entre os países, e afirmou que é preciso "olhar para a frente" para avançar nas "realidades mais importantes das relações bilaterais", entre elas a promoção dos valores democráticos e a cooperação nas áreas de ciência e tecnologia.
Ainda hoje, Kerry tem um encontro previsto com a presidente brasileira, Dilma Rousseff, que tem agendada uma visita oficial aos Estados Unidos em outubro.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China, e são o maior investidor estrangeiro no país.
