O secretário de Estado John Kerry disse, este domingo, que os Estados Unidos têm provas de que foi usado gás sarin num ataque na cidade síria de Damasco e apelou ao Congresso para votar favoravelmente uma intervenção militar.
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De acordo com John Kerry, em declarações às televisões NBC e CNN, há amostras de cabelo e de sangue, entregues aos Estados Unidos por socorristas que estiveram no terreno no ataque do mês passado, que mostram sinais de gás sarin, um gás que afeta o sistema nervoso.
Para o secretário de Estado, trata-se de um "importante desenvolvimento ocorrido nas últimas 24 horas".
"Por cada dia que passa, este caso torna-se mais forte. Nós sabemos que o regime ordenou este ataque. Sabemos que eles se prepararam para isso. Sabemos de onde foram disparados os 'rockets'. Sabemos onde eles caíram", apontou.
"Conhecemos os danos causados depois. Vimos as cenas horríficas por todos os meios de comunicação social e temos provas disso de outras formas, e sabemos que o regime tentou ocultar isso depois", acrescentou.
Numa forma de fazer campanha pela intervenção militar na Síria, depois de Barack Obama ter passado a votação da decisão para as mãos do Congresso, Kerry apelou aos colegas do Congresso para que deem luz verde ao presidente norte-americano para atacar o regime de Bashar al-Assad.
Obama entregou o destino de uma ação militar aos decisores políticos, levantando a ameaça de um ataque imediato.
Barack Obama disse que a sua decisão foi tomada depois do ataque nos arredores da cidade de Damasco, a 21 de agosto, e no qual morreram mais de 1.400 pessoas.
Disse depois entender ser importante que a intervenção militar na Síria tenha o apoio do Congresso, uma atitude que pode alterar o equilíbrio de poderes entre o Congresso e a presidência.
Obama está relativamente tranquilo quanto a ganhar os votos no Senado, controlado pelos Democratas e onde estão alguns republicanos, como o senador John McCain, por exemplo, que já veio defender uma intervenção militar na Síria.
É ainda cedo para prever como vai votar o Congresso, dominado pelos Republicanos, e que só retoma os trabalhos no dia 09 de setembro.
John Kerry disse, entretanto, à NBC que acredita que o Congresso vote favoravelmente a ação militar.
"Não acredito que os antigos colegas no Senado dos Estados Unidos e na Câmara dos Representantes virem as costas aos nossos interesses, à credibilidade do país, à norma que diz respeito à proibição do uso de armas químicas e que está em vigor desde 1925", disse Kerry.
Lembrou que Congresso adotou a Convenção sobre Armas Químicas e já no passado tomou posição sobre o regime sírio, tendo, por isso, responsabilidade de o fazer agora também.