O secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, pediu a demissão "por estar a ser vilipendiado nalguns órgãos de comunicação social", anunciou o porta-voz do partido no poder em Moçambique.
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Segundo Damião José, a demissão foi apresentada durante os trabalhos do Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), reunido desde quinta-feira e até domingo, na Matola, e na qual o partido vai nomear o seu candidato às presidenciais de 15 de outubro.
"Neste momento a direção do partido está a analisar o pedido de renúncia e ainda não tomou nenhuma decisão. Caso se tome em consideração este pedido, poderemos ter, no decurso desta sessão, um novo secretário-geral e um novo secretariado", adiantou Damião José.
Segundo o porta-voz, Filipe Paúnde entende que o seu nome tem sido difamado em órgãos de comunicação social, facto que, disse, poderá estar a afetar o partido.
Filipe Paúnde, um quadro da confiança do presidente da República e líder do partido, Armando Guebuza, estava a ser muito contestado internamente após ter assumido que só poderia haver três pré-candidatos às presidenciais, ou seja, os nomes propostos pela comissão política ao comité central: o primeiro-ministro, Alberto Vaquina, e os ministros da Agricultura, José Pacheco, e da Defesa, Filipe Nyusi.
No entanto, setores fortes do partido, como o ex-presidente Joaquim Chissano e os antigos combatentes, contestaram a limitação e, esta sexta-feira, o porta-voz da Frelimo certificou a existência de mais duas candidaturas, a dos ex-primeiros-ministros Luísa Diogo e Aires Aly.
No entanto, Damião José não confirmou a entrada da candidatura de Eduardo Mulémbwe, ex-procurador-Geral da República e ex-presidente da Assembleia da República, dado pela imprensa como o sexto candidato a candidato da Frelimo a presidente da República.
Na última semana, o "Expressomoz", um pequeno jornal de Maputo, associou Filipe Paúnde a um esquema de venda de licenças de importação de veículos, atribuídas com isenção de impostos à Frelimo, mas, alegadamente usadas para fins pessoais. Paúnde anunciou que irá processar o jornal, que não citava qualquer fonte para sustentar a sua notícia.