Seis polícias mortos pela aviação israelita durante distribuição de ajuda em Rafah
O Ministério da Saúde do Hamas palestiniano afirmou, esta terça-feira, que um ataque israelita matou seis polícias que, segundo testemunhas, asseguravam a passagem de um camião de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito.
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"Seis polícias palestinianos foram mortos após a ocupação israelita ter atingido o seu veículo no bairro de Khirbet al-Adas em Rafah", precisou o ministério em comunicado.
Testemunhas indicaram à agência noticiosa AFP que estes polícias foram atingidos pela aviação israelita quando garantiam a segurança durante a passagem de um camião que transportava farinha.
O Exército israelita não comentou o incidente.
Os polícias palestinianos foram mobilizados para acompanhar os camiões de ajuda através da Faixa de Gaza, pelo facto de se registarem com frequência concentração de civis em torno dos veículos.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza referiu ainda que pelo menos 107 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas no enclave nas últimas 24 horas.
Nas últimas semanas, edifícios e transportes com ajuda humanitária têm sido atingidos em Rafah, uma cidade que atualmente acolhe a maioria da população da Faixa de Gaza, na sua maioria expulsas pelas tropas israelitas.
Em comunicado, a ONU considerou que dever ser feito "tudo o que for possível" para evitar um ataque israelita em Rafah, que poderá implicar uma "elevada escala" de perdas de vidas humanas.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.
Nesse dia, 1137 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 28.400 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas mais de 67 mil, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 7 de outubro, pelo menos 375 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado mais de seis mil detenções e pelo menostrês mil feridos.