"Senti pena dele": identificada doadora mistério que pagou multa de Christian Brückner
Uma ex-agente alemã admitiu ter pago a multa que permitiu que o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann fosse libertado meses antes do prazo e explicou que "sentiu pena" dele.
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Christian Brückner foi libertado, na quarta-feira, da prisão de Sehnde. A libertação de Brückner tornou-se possível depois de, em junho, um doador anónimo ter pagado uma multa que o alemão tinha em dívida. O germânico tinha uma dívida por saldar de 1446 euros, devido à condenação anterior, em 2015 e, caso não pagasse, teria pela frente mais 56 dias de prisão.
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A multa foi paga, sabe-se agora, por uma mulher identificada como Rebecca K., de 39 anos. Segundo a imprensa internacional, a doadora é ex-agente da Polícia Criminal Federal Alemã e fez parte da equipa secreta que monitorizava Brückner. No entanto, a sua carreira no Bundeskriminalamt (BKA) da Alemanha, o equivalente ao FBI nos EUA, ruiu após uma desavença com colegas.
"Senti pena dele. Ele alegou ter sido torturado e eu acreditava que os seus direitos humanos poderiam ter sido violados. Eu achava que os seus direitos humanos haviam sido violados da mesma forma que eu sentia que os meus direitos humanos haviam sido violados pelos meus antigos colegas", explicou Rebecca K, numa entrevista ao "The Sun". "Quando paguei a multa, eu sabia que Brückner era um violador violento e abusador de crianças condenado, mas o advogado disse-me que ele nega tudo".
A mulher também admitiu que a suas ações foram motivadas, em parte, pelo ressentimento em relação à sua antiga equipa. "Se os pais de Madeleine me perguntassem porque é que fiz isso, diria que foi para ajudar a descobrir a verdade sobre o meu próprio caso", referiu.
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Rebecca K também admitiu ter passado informações da investigação de Maddie aos advogados de Brückner, embora insista que foi acidental. "Foi um erro completamente honesto. Achei que eles já sabiam", garantiu.
Por sua vez, o BKA rejeitou as alegações, afirmando que a agente saiu voluntariamente e enfatizando que os funcionários são legalmente obrigados à confidencialidade. "O BKA tomará medidas legais se forem feitas falsas acusações", afirmou.
Inicialmente, Rebecca K. admitiu que a sua decisão de pagar a multa tinha sido "um erro" e sugeriu que tentaria retirá-la. Mais tarde, porém, confirmou que a manteria, garantindo a libertação antecipada de Brückner.