Ariel Castro, o homem que manteve em cativeiro três mulheres durante mais de uma década na cidade norte-americana de Cleveland (Ohio, norte), afirmou esta quinta-feira que não é "um monstro", mas sim "um doente" e "viciado" em pornografia. A sentença de Castro será conhecida na audiência que decorre esta quinta-feira.
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O antigo condutor de autocarro, de 53 anos, falava diante do tribunal, na audiência durante a qual será conhecida a sua sentença.
"Não sou um monstro, sou doente", disse Ariel Castro, momentos depois do testemunho de uma das três vítimas, Michelle Knight, a única que compareceu presencialmente na sala de audiência.
"Acredito que também sou uma vítima", afirmou o réu, de origem porto-riquenha.
Castro relatou ainda que sofreu de abusos sexuais quando era jovem, mencionando ainda que é viciado em pornografia.
Ariel Castro declarou-se culpado na passada sexta-feira após ter negociado um acordo com a acusação. Caso seja validado pelo juiz, Ariel Castro, acusado de 977 crimes, poderá escapar à pena de morte.
O acordo prevê uma pena de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Este caso foi conhecido a 6 de maio último quando uma das vítimas, Amanda Berry, de 27 anos, conseguiu fugir com a filha de seis anos da casa onde estava sequestrada desde 2003.
Dentro da residência de Castro, a polícia encontrou duas outras mulheres, Gina De Jesus, 23, e Michelle Knight, 32, sequestradas em 2004 e 2002, respetivamente.
As três mulheres tinham sido raptadas separadamente, acorrentadas e repetidamente violadas.
Knight, a primeira a ser raptada, engravidou do suspeito pelo menos quatro vezes, segundo a acusação. No testemunho que deu à polícia, a mulher disse ter engravidado cinco vezes e que, de cada uma delas, o sequestrador a espancava e fazia passar fome para provocar um aborto.