
Breivik foi o autor de um atentado à bomba contra a sede do Governo norueguês e de um tiroteio na ilha de Utoya
ODD ANDERSEN/AFP
Os serviços prisionais noruegueses divulgaram, esta segunda-feira, que intercetaram cerca de 220 cartas escritas por Anders Behring Breivik, o autor dos ataques de julho de 2011 na Noruega que mataram 77 pessoas.
As autoridades norueguesas temem que Breivik tente constituir um núcleo de seguidores fora da prisão.
"Recusamos o envio das cartas de Breivik por motivos de segurança. Eram cerca de 220 cartas", explicou, em declarações à agência francesa AFP, o porta-voz dos serviços administrativos prisionais, Yling Faeste, que se escusou a comentar o conteúdo das cartas intercetadas.
"Controlamos as suas comunicações e [Breivik] não está autorizado em estabelecer uma rede que possa cometer mais crimes do que aqueles que ele já cometeu", acrescentou.
O próprio Breivik contactou o diário norueguês "Verdens Gang" para lamentar a interceção destas cartas.
O seu advogado, Geir Lippestad, questionado pelo mesmo jornal, afirmou que Breivik recorreu desta decisão dos serviços prisionais.
Breivik, hoje com 35 anos, foi o autor de um atentado à bomba contra a sede do Governo norueguês e de um tiroteio na ilha de Utoya, perto de Oslo, a 22 de julho de 2011.
Os dois ataques causaram 77 mortos, na maioria jovens que participavam num acampamento da Juventude Trabalhista, na ilha de Utoya.
A 24 de agosto de 2012, a justiça norueguesa condenou Breivik a 21 anos de prisão, uma pena que pode ser prorrogada enquanto o preso for considerado perigoso.
Anders Behring Breivik assegurou entretanto que se tinha convertido à causa democrática desde agosto de 2012, afirmando ter sido inspirado pelo sucesso eleitoral do partido neonazi grego Aurora Dourada.
Na mesma altura, o extremista manifestou vontade em criar um partido para defender a sua ideologia.
