Sete mortos em protestos. Embaixada na Venezuela pede aos portugueses que fiquem em casa
A Embaixada de Portugal na Venezuela lançou um apelo aos portugueses que "se mantenham tranquilos, evitando deslocações não necessárias". O balanço dos protestos contra os resultados eleitorais que dão a vitória a Nicolás Maduro cifra-se em sete mortes, aponta o jornal espanhol "El Mundo".
Corpo do artigo
A mensagem telegráfica da embaixada e dos Consulados-Gerais em Caracas e Valência afirma que as autoridades estão a acompanhar em permanência o desenrolar dos eventos.
Os protestos da última noite levaram à detenção de mais de 20 pessoas e vários manifestantes ficaram feridos.
O jornal espanhol "El Mundo" avança que fontes independentes relatam a morte violenta de sete jovens, e que outras mais se encontram em investigação. Entre as vítimas, o periódico conta o caso de Alejandro Graterol, de 18 anos, que tombou depois de ser baleado no pescoço durante um protesto em Yaracuy, o de um menor de 15 anos que morreu em San Francisco, e de um outro jovem assassinado no bairro de Antímano, que durante anos foi um bastião do chavismo.
De acordo com o jornal, as fontes hospitalares venezuelanas acrescentam à lista mais três nomes: um de Caracas e outros dois de Maracay, capital do estado de Aragua, na região centro do país.
A primeiro vítima mortal dos protestos, que se iniciaram assim que as fontes governamentais anunciaram a vitória de Maduro, chamava-se José Valero, que morreu baleado junto a um centro eleitoral.
As imagens das últimas horas do país sul-americano mostram pessoas na rua, confrontos com a Polícia venezuelana e o derrube de uma estátua, mais uma, de Hugo Chávez, o inspirador de Maduro, apontado por parte dos venezuelanos como a grande pedra no sapato que impede a mudança no país.
O agudizar da situação levou a Amnistia Internacional a lançar um apelo para a proteção total dos direitos humanos e da liberdade de expressão e também do direito à manifestação. "As pessoas que saem à rua e se manifestam não devem, em nenhum caso ser reprimidas pelo uso excessivo da força nem enfrentar a violência impune perpetrada por grupos armados”, exortou.