A Justiça espanhola arquivou, pela segunda vez em 16 anos, o caso do homicídio da asturiana Sheila Barrero, considerando não haver indícios para acusar o suspeito indicado pelas autoridades, ex-namorado da vítima na altura dos factos.
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O caso do misterioso assassinato da jovem Sheila Barrero, morta a tiro a 25 de janeiro de 2004, quando tinha 22 anos, voltou a ficar por resolver, depois de já ter sido arquivado uma primeira vez em 2008. A juíza responsável decretou o arquivamento provisório do caso, considerando que "o processo de investigação não foi capaz de colocar o suspeito ou qualquer outra pessoa no veículo da jovem na manhã do seu homicídio", cita a imprensa espanhola.
A presença de uma fibra de um casaco do suspeito, então ex-namorado da vítima, num cachecol da jovem no banco traseiro do veículo "não permitiu" concluir que o indivíduo tenha estado no carro da espanhola no período de horas durante o qual esta desapareceu. Isto porque, "segundo várias testemunhas, [o suspeito] tinha estado no interior do carro por várias ocasiões anteriores".
Morta com tiro no pescoço
Sheila Barrero, formada em Turismo e a viver em Gijón (Astúrias) em 2004, foi encontrada morta no porto de Cerredo (cidade de Degaña) a 25 de janeiro desse ano. Estava dentro do carro, com um tiro no pescoço que lhe perfurou a cabeça. A investigação viria a concluir que a jovem tinha sido assassinada quando voltava para casa dos pais, nessa mesma cidade, no regresso de um bar de León onde trabalhava aos fins de semana. E essa seria uma das poucas conclusões da investigação, indica o "El Mundo".
O ex-namorado, um jovem de León, foi apontado pelas autoridades como o único suspeito, mas nunca houve provas para acusá-lo do crime e o tribunal decidiu arquivar o caso, em 2008. A possibilidade de novos avanços técnicos poderem ajudar a solucionar o processo levou à sua reabertura, em 2015, quando o Ministério Público solicitou a prática de novas diligências, que incluíram, entre outros procedimentos, a audição de peritos, em outubro passado. Mas, em dezembro, a Procuradoria-geral das Astúrias acabou por solicitar ao tribunal responsável pelo processo o seu arquivamento provisório, considerando que as diligências entretanto levadas a cabo não permitiam uma acusação formal contra o suspeito ou qualquer outra pessoa.
Em janeiro, a procuradora-geral das Astúrias, Esther Fernández, admitiu que as primeiras investigações "careceram de uma série de procedimentos" que deveriam ter sido feitos.