
Incursão israelita durante a noite causou 13 mortos
Foto: Louai Beshara/ AFP
A Síria acusou Israel de cometer crimes de guerra ao realizar uma incursão durante a noite no sul do país que causou 13 mortos, segundo um novo balanço das autoridades sírias.
"A Síria condena (...) a agressão criminosa" do exército israelita contra a localidade de Beit Jinn, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio num comunicado, citado pela agência de notícias France-Press (AFP).
"Trata-se de um crime de guerra", denunciou o ministério, segundo o qual a continuação de tais operações visa "incendiar a região".
O exército israelita explicou que a operação visou elementos do grupo Jamaa Islamiya, presente no Líbano e na Síria, e aliado do movimento palestiniano extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Segundo relatos divulgados pela publicação "Palestine Chronicle", a força israelita fez a incursão para alegadamente deter um residente Beit Jinn, mas foi cercada por homens armados.
A rádio pública israelita noticiou que os militares de Israel foram forçados a usar artilharia e drones para resgatar os soldados sitiados durante o confronto armado, que terá durado duas horas. Seis soldados israelitas ficaram feridos, três deles com gravidade, segundo o exército de Israel.
O "Palestine Chronicle" divulgou uma fotografia de um veículo militar israelita destruído que terá sido abandonado pelo exército e posteriormente bombardeado para não ser capturado.
Após a queda do antigo líder sírio Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, e a ascensão do novo regime em Damasco, Israel realizou centenas de ataques aéreos na Síria.
Israel também mobilizou tropas para a zona desmilitarizada dos montes Golã, além da linha de demarcação, que separa a parte desse território sírio que anexou unilateralmente em 1981, do resto da Síria.
No verão, ocorreram contactos de alto nível entre as autoridades israelitas e sírias, facilitados por França e Estados Unidos, com as duas partes a afirmar que pretendiam chegar a um acordo de segurança.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exige, como condição para o acordo, a desmilitarização de toda a porção do território sírio que se estende do sul de Damasco até a linha de demarcação de 1974.
A linha de demarcação foi estabelecida após a guerra israelo-árabe de 1973, que consagrou a derrota da Síria na tentativa de recuperar os montes Golã, ocupadas pelo país vizinho.
