Historiadora e socióloga consideram que ainda há um longo caminho a percorrer no reconhecimento dos desafios cravados pelo domínio colonial.
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“Provavelmente não havia 25 de Abril sem guerra colonial”, recorda Irene F. Pimentel, investigadora do Instituto de História Contemporânea. Foram necessários 13 anos de conflito – durante o qual as populações locais foram sujeitas a um poder perpetrado a partir daquela que era considerada a potência – para que se desse início ao processo de libertação dos territórios. Volvidos 50 anos, os traumas cravados pelo domínio político, económico e social persistem, salientam ao JN uma historiadora e uma socióloga. Embora concordem que está ser feito um caminho de reconhecimento pelo passado colonialista, as investigadoras apelam por estratégias que façam emergir a memória histórica e eduquem as novas gerações.
Nas últimas cinco décadas, Portugal e as ex-colónias restabeleceram “relações de confiança através da lusofonia”, mas ainda há questões pouco faladas. “Nunca se fez um trabalho historiográfico à séria sobre a questão colonial”, nota Irene F. Pimentel, que observa “traumas de ambos lados”.