O número de polícias feridos nos confrontos que ocorreram na sexta-feira à noite entre protestantes e católicos, em Belfast, subiu para 56, divulgou este sábado o Serviço de Polícia da Irlanda do Norte, qualificando os incidentes de "anarquia inconsciente".
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Dos 56 polícias feridos, cinco receberam tratamento médico num hospital e, mesmo não apresentando ferimentos graves, um deles permanece internado. Os agentes foram atacados com tijolos, pedaços de metais, paus, pedras, entre outros objetos.
A violência explodiu depois de centenas de protestantes tentarem bloquear uma marcha de católicos nacionalistas, que se manifestavam contra a lei que permite a prisão sem um processo legal, uma das mais simbólicas e criticadas na Irlanda do Norte.
Outras duas pessoas ficaram feridas e vários carros foram queimados.
A polícia utilizou canhões de água e armas antimotim para tentar dispersar os manifestantes.
Na quinta-feira, oito polícias ficaram feridos e oito pessoas foram presas durante manifestações contra esta lei de prisão sem a necessidade de um processo legal, introduzida na província norte-irlandesa a 9 de agosto de 1971.
Em julho, várias noites de violência agitaram as ruas de Belfast, sempre derivado das tensões religiosas entre protestantes e católicos.
Tradicionalmente, as marchas protestantes são organizadas entre abril e agosto na Irlanda do Norte.
O evento tem o seu ponto alto na parada de 12 de julho, da Ordem de Orange, que assinala a vitória em 1690 do rei protestante William III de Orange sobre o seu rival católico, James II.
A Irlanda do Norte, que é uma província do Reino Unido, vive há mais de 30 anos com a violência sectária entre católicos e protestantes, que já provocou 3.500 mortos.
Os acordos de paz assinados em 1998 conduziram a uma divisão de poder entre católicos e protestantes, mas a violência acontece ainda em determinadas ocasiões.