O Partido Social-Democrata (SPD) alemão voltou, esta segunda-feira, a declarar que não está interessado em repetir a grande coligação com a União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel, após o fracasso das negociações entre conservadores, liberais e ecologistas.
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O vice-presidente do SPD, Ralf Stegner, afirmou à rádio Deutschlandfunk que os resultados das eleições legislativas de 24 de setembro mostraram que os eleitores não querem ver repetida a coligação entre os dois maiores partidos da Alemanha que governou nos últimos quatro anos.
Nas eleições, a CDU de Merkel venceu com 33% e o SPD obteve 21,5%. Seguiram-se a extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD), com 12,6%, o Partido Liberal (FDP), com 10,7%, os Verdes, com 8,9%, e a extrema-esquerda de A Esquerda (Die Linke), com 9,2%.
"A disposição para manter conversações faz parte da democracia", respondeu quando questionado sobre se os sociais-democratas estão abertos a negociações.
Mas, com aqueles resultados, "não haverá grande coligação", nem um prolongamento da mesma, independentemente de quem a liderar, acrescentou.
Ante a recusa do SPD em negociar, Merkel, que excluiu desde logo quaisquer acordos com a extrema-direita ou com a extrema-esquerda, iniciou conversações com o FDP e com os Verdes, que fracassaram no domingo.
Mas, frisou o dirigente social-democrata, "o resultado das eleições não mudou".
Sobre as alternativas possíveis, um governo minoritário liderado por Merkel ou a convocação de novas eleições, Stegner frisou que "não se devem convocar novas eleições irrefletidamente", mas também "não se deve receá-las".
