Um congressista dos EUA afirmou na quarta-feira que a bomba usada no mortífero atentado na Arena de Manchester sugere um "nível de sofisticação" que pode indicar que o seu fabricante teve formação obtida no estrangeiro.
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O republicano Mike McCaul, eleito pelo Estado do Texas e presidente da comissão da Segurança Interna da Câmara dos Representantes, disse à agência noticiosa AP que a bomba que matou 22 pessoas, na segunda-feira, no Manchester Arena, era "um clássico dispositivo explosivo usado por terroristas".
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McCaul disse que o dispositivo usou o explosivo TATP, o mesmo que foi utilizado nos ataques em Paris, em novembro de 2015, e em Bruxelas, em março de 2016, realizados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Este congressista disse ainda que as provas até ao momento sugerem que "não se está perante uma situação de lobo solitário", relativas a atacantes solitários e isolados.
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Repetindo os comentários de agentes britânicos, acrescentou: "Há uma rede. Uma célula de terroristas inspirados no ISIS", outra designação daquele grupo.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou que os militares passarão a patrulhar locais-chave no Reino Unido, substituindo polícias, permitindo aumentar significativamente o número de agentes armados em patrulha.
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Governo britânico irritado com fuga de informação nos EUA
A ministra do Interior britânica, Amber Rudd, disse esta quarta-feira que foi "irritante" haver fugas de informação, nomeadamente nos Estados Unidos, sobre o atentado de Manchester e que já abordou a questão com os seus homólogos norte-americanos.
Na terça-feira, horas antes de a polícia de Manchester (noroeste de Inglaterra) divulgar a identidade do autor do atentado de segunda-feira, "responsáveis da administração" de Donald Trump disseram à imprensa norte-americana que o atacante tinha sido identificado pelas autoridades britânicas como Salman Abedi.
"Fui muito clara com os nossos amigos, isso não deve voltar a acontecer", disse Rudd à BBC Radio.
Questionada sobre se a revelação de informações prejudica a investigação policial, a ministra respondeu: "Francamente sim".
"A polícia foi clara quanto a querer controlar o fluxo de informação para proteger a integridade das operações -- o elemento surpresa -- pelo que é irritante que a informação surja por outras fontes", acrescentou.
Rudd negou, contudo que a fuga tenha comprometido a investigação: "Não iria tão longe, mas posso dizer que a questão ficou perfeitamente clara e que não deve repetir-se", insistiu.
A polícia britânica identificou o autor do atentado de segunda-feira à noite em Manchester, noroeste de Inglaterra, como Salman Abedi, 22 anos.
Abedi, nascido na área de Manchester, residia no apartamento de Fallowfield, no sul de Manchester, onde horas antes a polícia procedeu a uma explosão controlada.
Pelo menos 22 pessoas morreram, além do atacante, e 59 ficaram feridas num atentado na Arena de Manchester, no norte da Inglaterra, na segunda-feira, no final de um concerto da cantora norte americana Ariana Grande.
O atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico. As autoridades já detiveram sete pessoas suspeitas de cumplicidade, entre elas o pai e dois irmãos de Abedi.