O soldado morto na semana passada em Londres foi atropelado por uma viatura conduzida pelos dois homens que depois o esfaquearam, revelou, esta sexta-feira, a polícia na abertura da investigação judicial à sua morte.
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O soldado Lee Rigby, que tinha passado a manhã do dia 22 de maio na Torre de Londres numa operação de recrutamento para o exército, regressava ao quartel de Woolwich, a sudoeste de Londres, quando foi atacado.
"Quando estava a chegar à Praça da Artilharia (rua do bairro de Woolwich), um carro subiu o passeio e bateu-lhe", indicou o inspetor-chefe Grant Mallon, da unidade de contraterrorismo da Scotland Yard durante a audiência no tribunal de Southwark.
"Os dois ocupantes saíram depois do veículo e atacaram-no com um cutelo e uma faca", acrescentou o polícia.
Depois do testemunho do polícia, a audiência foi suspensa por tempo indeterminado.
Este tipo de audiência visa estabelecer as circunstâncias exatas das mortes inexplicáveis ou violentas e decorre em paralelo com a investigação policial, mas não resulta em qualquer processo nem pretende atribuir responsabilidades penais ou civis.
Ninguém da família do soldado, que foi morto alegadamente por islamitas, assistiu à audiência, mas, num comunicado divulgado esta sexta-feira, a família apelou à calma depois da tensão crescente entre comunidades.
"Não queremos que outras famílias enfrentem esta experiência dolorosa e apelamos a todos para manterem a calma e a darem provas de respeito de forma pacífica", refere o texto.
"Lee [...] tinha amigos de diferentes áreas, alguns com crenças e culturas religiosas diferentes", adianta o comunicado.
"Temos que insistir no facto de que o Lee não quereria que o seu nome fosse usado como desculpa para ataques contra outras pessoas", acrescenta o texto.
Michael Adebowale, um britânico de origem nigeriana de 22 anos, foi acusado da morte do soldado e deverá comparecer na segunda-feira em tribunal.
Um segundo suspeito, Michael Adebolajo, de 28 anos está internado num hospital de Londres. Os dois suspeitos foram feridos pela polícia durante a detenção.