Soldados russos convocados para lutar na Ucrânia vão poder armazenar esperma congelado gratuitamente.
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O chefe da União Russa de Advogados, Igor Trunov, disse à agência de notícias estatal russa TASS que o ministério da Saúde do país respondeu ao seu apelo por um banco de esperma gratuito e mudanças no seguro médico obrigatório para os soldados convocados para a operação militar especial (SVO) - o termo usado pela Rússia para a guerra na Ucrânia.
O ministério da Saúde "determinou a possibilidade de apoio financeiro do orçamento federal para conservação e armazenamento gratuito de células germinativas (espermatozoides) para os cidadãos mobilizados para participar na SVO para 2022-2024", disse Trunov.
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Poucos dias após a convocatória de não-profissionais, o site "Fontanka", em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, relatou um aumento no número de homens que procuram clínicas de fertilidade para congelar esperma e redigir documentos que autorizam as mulheres a usá-lo. De acordo com o site, os russos raramente usavam as clínicas como "plano B" se algo lhes acontecesse de mal. Esta solução significa que, se um homem morrer ou perder a capacidade de se reproduzir, ainda poderá ter filhos.
Segundo Andrei Ivanov, do hospital Mariinsky, tanto homens que preparavam para o recrutamento como homens que planeiam deixar a Rússia têm interesse no congelamento de esperma.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro com até 200 mil soldados. Não só perdeu mais da metade do território que ocupou durante a fase inicial da guerra, mas sofreu dezenas de milhares de perdas. Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma "mobilização parcial" e as baixas continuaram a aumentar. Mais de 250 mil homens russos fugiram do país para evitar o recrutamento.