Os tribunais dos territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk condenaram esta sexta-feira três soldados ucranianos a penas de prisão por alegada "violência contra civis" e outras ilegalidades, anunciaram as autoridades judiciais russas.
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Segundo o Comité Investigativo de Moscovo (procuradoria), os soldados ucranianos Viktor Pokhozei, Maxim Boutkevitch e Vladislav Chel foram hoje considerados culpados por crimes de "violência contra a população civil", entre os quais tentativa de homicídio, durante o conflito armado.
Capturados durante a ofensiva, foram sentenciados pelos tribunais dos territórios separatistas, controlados pela Rússia, a penas de oito anos e meio (Viktor Pokhozei), 13 (Maxim Boutkevitch) e 18 anos e meio (Vladislav Chel).
Ativista de direitos humanos, Boutkevitch ingressou no exército ucraniano em março de 2020, na sequência da invasão russa. Foi preso em junho, após a captura da cidade de Severodonetsk, na região de Lugansk, acusado pelos investigadores russos de ferir dois civis depois de disparar um lança-granadas antitanque contra um prédio residencial.
Pokhozei e Chel, comandante e combatente do Regimento Azov, foram capturados na cidade de Mariupol, depois do apertado cerco russo que durou vários meses.
O Regimento, fundado como um "Batalhão de Defesa Territorial", segundo os próprios, e constituído por nacionalistas ucranianos, destacou-se na guerra principalmente pela defesa de Mariupol.
Os seus dois membros foram agora condenados por alegadamente abrir fogo contra civis.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia já se pronunciou sobre as condenações, considerando-as "julgamentos falsos".
"Visam apenas legitimar um novo massacre contra os cidadãos ucranianos", adiantou o Ministério no mesmo comunicado.
A mesma fonte declarou que estas sentenças são "ilegais" e pediu à comunidade internacional que condene os julgamentos e que exija a Moscovo a libertação dos soldados condenados.
As autoridades dos territórios separatistas sob ocupação russa pediram a anexação à Rússia no ano passado, mas o pedido não foi reconhecido pela generalidade da comunidade internacional.