O famoso físico Stephen Hawking aliou-se a um multimilionário russo para conseguir financiamento para a procura de vida extraterrestre.
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A intenção de ambos foi anunciada esta segunda-feira, com Hawking a justificar a iniciativa, que terá 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros). "Estamos vivos. Somos inteligentes. Precisamos de saber", disse, com a ajuda da voz computorizada que o tem acompanhado ao longo da vida, devido à doença neurológica de que padece.
O multimilionário russo Yuri Milner (que fez fortuna ao investir em empresas como o Facebook) também justificou o investimento no projeto, garantindo que o poder de Silicon Valley tem de ser aproveitado e que vai financiá-lo durante, pelo menos, dez anos. "O alcance da nossa pesquisa não terá precedentes: vamos pesquisar um milhão de estrelas próximas, o centro da nossa galáxia e cerca de cem galáxias nas proximidades", garantiu, numa conferência de imprensa, em Londres.
Este é, até ao momento, o maior projeto científico de pesquisa por vida extraterreste de que há memória. Inclui um programa de "audição" (em que uma grande quantidade de sinais de rádio vão ser analisados) e outro de "comunicação", onde se incluem prémios monetários avultados para os autores das melhores mensagens digitais a representar o planeta Terra.
Para além disso, o projeto também vai contar com uma pesquisa detalhada de transmissões de laser óptico e a colaboração de dois dos mais potentes telescópios do planeta.
A iniciativa vai, ainda, fazer uso do projeto SETI@Home, um dos mais conhecidos projetos voluntários de procura por vida inteligente.
O projeto vai ser 50 vezes mais detalhado que pesquisas anteriores e irá cobrir dez vezes mais espaço, garantem os organizadores. Fazendo uso do poder de software aberto e das redes sociais, a equipa conta coleccionar num dia os dados que, anteriormente, demorariam um ano a conseguir obter.
Se, com todo o arsenal disponibilizado nesta iniciativa, não se encontrar resultados num curto espaço de tempo, esse facto também poderá ser importante, garante Stephen Hawking. "Não provará que estamos sozinhos, mas vai encurtar bastante as possibilidades", diz.
"Mas não há maior pergunta do que esta. Está na hora de fazermos um real comprometimento em encontrar uma resposta para a nossa procura de vida para além da Terra", remata.