Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, respondeu às últimas ameaças de Moscovo, que alertou que reagirá de "forma simétrica" a um reforço militar na Suécia e na Finlândia, que brevemente irão fazer parte da organização.
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"Estamos preparados para qualquer eventualidade", afirmou o líder da NATO no encerramento da Cimeira de Madrid, sublinhando que não são as ameaças da Rússia que vão fazer com que a organização transatlântica deixe de apoiar a Ucrânia.
Um dia após Vladimir Putin, presidente russo, reagir ao alargamento da NATO, Stoltenberg realçou: "Estamos a enfrentar a maior ameaça à segurança em décadas, mas estamos a enfrentar o desafio com união e determinação. As decisões adotadas em Madrid irão garantir que a nossa Aliança continue a preservar a paz, evitando conflitos e protegendo os cidadãos".
Salientando que os estados estão em linha com a perspetiva de uma mudança fundamental na política de defesa, o responsável frisou ainda que os aliados concordam que a Finlândia e a Suécia se devem juntar à Aliança. "Concordamos em continuar a apoiar a Ucrânia e concordamos em aprofundar as nossas relações com os parceiros do Indo-Pacífico", destacou Stoltenberg, informando ainda que os países debateram formas de resolver a crise alimentar global, apresentando soluções para permitir o desbloqueamento dos portos ucranianos e relançar a circulação de cereais "por terra e por mar".
Esta quarta-feira, dia em que a Aliança convidou oficialmente Helsínquia e Estocolmo a fazer parte da família dos aliados, depois de a Turquia ter levantado o veto à expansão, Putin salientou que não vê nenhum problema no alargamento da organização, mas alertou que, no caso de serem enviados contingentes e infraestruturas militares para estes países, o Kremlin será obrigado "a responder de forma simétrica e implementar as mesmas ameaças dos territórios de onde proveem intimações".
Fundo de Inovação
No último dia do encontro entre aliados, mais de 20 estados-membros, incluindo Portugal, comprometeram-se a lançar um Fundo de Inovação, de mil milhões de euros, para impedir que a China e a Rússia assumam "a liderança tecnológica" a nível mundial.
De acordo com Jens Stoltenberg, o fundo permitirá "investir mil milhões de euros em start-ups que estão numa fase inicial e noutros fundos tecnológicos", aproveitando "o melhor das novas tecnologias para a segurança transatlântica".
Embora a cimeira dos estados-membros da NATO termine esta quinta-feira, estão ainda agendados encontros bilaterais entre vários líderes.