
Strauss-Khan e a jornalista Tristane Banon, que o acusou de tentativa de violação, estiveram, esta quinta-feira, numa acareação sem a presença de advogados. Ambos mantiveram as suas declarações anteriores. O caso está agora nas mãos da Procuradoria.
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Ao contrário do que é habitual em casos de suspeita de crimes sexuais, o ex-director do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a jornalista francesa estiveram num frente-a-frente sem a presença dos seus advogados.
À saída da sede da Brigada de Repressão da Delinquência contra Pessoas, não prestaram declarações à Imprensa. Mas um dos advogados de Dominique Strauss-Khan (DSK), Henri Lecrec, disse que o seu cliente "reafirmou as suas declarações e ela também". Assim, DSK não apresentou qualquer pedido de desculpas, uma vez que "não tem nenhum motivo para desculpar-se", sublinhou Lecrec.
A acareação, que durou duas horas e meia, poderá ser o último passo na investigação preliminar da Polícia Judiciária francesa, que já interrogou 20 pessoas, entre elas, a mãe de Banon, a líder socialista Anne Mansouret, que confessou ter tido relações sexuais com Strauss-Kahn.
O próximo passo da polícia será entregar o relatório da investigação à Procuradoria, que depois poderá decidir arquivar o processo, declarar os factos como prescritos ou encaminhar o caso para um juiz de instrução. Tristane Banon já garantiu que avançará com uma acção na Justiça Civil, caso a Procuradoria opte por arquivar o processo.
Recorde-se que Banon acusou DSK de a ter tentado violar em Fevereiro de 2003, num apartamento em Paris. Por sua vez, DSK, que chegou a admitir ter tentado seduzir Banon numa entrevista, negou qualquer acto de violência contra Banon e caracterizou a denúncia como "imaginária" e "caluniosa".
Há alguns dias, o ex-director do FMI reconheceu que apenas a tentou beijar. Reagindo a esta declaração, a mãe da jornalista e escritora, Anne Mansouret, afirmou: "Não entendo como pode dizer que só quis beijá-la, se a minha filha chegou a casa com a roupa toda rasgada e cheia de contusões".
