Eleitores da Suíça rejeitaram nova lei que pretendia ajudar o país a cumprir a meta de redução das emissões de dióxido de carbono estipulado pelo Acordo de Paris.
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A "Lei do CO2" propunha medidas como o aumento do imposto sobre o combustível para automóveis e a imposição de uma taxa sobre passagens aéreas, porém não foi aprovada em votação popular com 51,6% dos votos contra.
Muitos dos eleitores que votaram contra revelaram estar preocupados com o impacto na economia do país, que está a recuperar da pandemia por covid-19 e apontaram igualmente que a Suíça é responsável por apenas 0,1% das emissões globais de gases poluentes, tendo dúvidas de que tais medidas ajudavam o ambiente.
Segundo afirmou a ministra do Ambiente da Suíça, Simonetta Sommaruga, numa conferência de imprensa, esta decisão significa que agora vai ser "muito difícil" para o país alcançar a meta para 2030 reduzir as emissões de dióxido de carbono para metade dos níveis de 1990 e tornar-se neutro nas emissões até 2050.
Simonetta Sommaruga referiu ainda que "os debates das últimas semanas mostraram que muitas pessoas querem fortalecer a proteção do clima, mas não com esta lei", acrescentando que "o não de hoje não é um não para a proteção climática, é um não para a lei que votamos".
A ministra do Ambiente informou que o Governo vai procurar estender a medida do dever dos importadores de combustível investir em projetos de proteção climática e vai tentar gerar um novo consenso entre a população sobre as políticas climáticas.
Os eleitores da Suíça também rejeitaram outras duas propostas com 61% dos votos contra. A primeira proposta pretendia proibir o uso dos pesticidas artificiais e a segunda propunha melhorar a água potável, dando subsídios aos agricultores que evitam o uso de produtos químicos.
Os defensores destas propostas argumentaram que os pesticidas estão associados a riscos à saúde, porém os opositores referiram que a proibição deste produto químico resultaria em alimentos mais caros, perda de empregos para a indústria de processamento de alimentos e maior dependência das importações.
Antoinette Gilson, uma das autoras da proposta da proibição do uso de pesticidas artificiais, revelou que os resultados não significam que a população da Suíça não está preocupada com o ambiente, estão apenas mais preocupados com os problemas do momento, ligados à Covid-19.