O homem de 31 anos suspeito de ter matado três pessoas em Nottingham foi identificado pela BBC como um luso-guineense chamado Valdo Amissão Mendes Calocane. Foi formalmente acusado de três crimes de homicídio.
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Segundo a emissora britânica, o homem, que tem dupla nacionalidade guineense e portuguesa, estabeleceu-se no Reino Unido através da sua cidadania portuguesa. O suspeito formou-se em engenharia mecânica pela Universidade de Nottingham em 2022.
De acordo com o "Daily Telegraph", os pais, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa em 2006. O casal ter-se-á mudado para o Reino Unido com os três filhos em 2007 e adquirido o estatuto de residente enquanto cidadãos da União Europeia. Os vizinhos na vila de Haverfordwest, no oeste do País de Gales, descrevem uma família educada e trabalhadora, frequentadora de uma igreja evangélica local.
Acusado de homicídio
O suspeito do ataque em Nottingham foi acusado, esta sexta-feira, de três crimes de homicídio, anunciou a polícia da cidade.
O homem também é alvo de três acusações de tentativa de homicídio, devendo comparecer no Tribunal de Nottingham no sábado.
Autoridades em contacto
Anteriormente, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse estar em contacto com as autoridades britânicas sobre se o homem detido como suspeito por ter matado três pessoas em Nottingham teria nacionalidade portuguesa. "Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito", afirmou João Gomes Cravinho aos jornalistas após um encontro com o homólogo britânico, James Cleverly. O governante acrescentou que "é um acontecimento horrível" e aproveitou a "ocasião para apresentar as nossas mais profundas condolências" às vítimas.
O chefe da diplomacia britânica, James Cleverly, evitou especular, vincando que a investigação policial ainda está em curso, mas sublinhou a cooperação entre os dois países. "Não tenho dúvidas de que, nesta questão, tal como em tantas outras, a nossa estreita amizade e cooperação com o Governo português será benéfica para ambas as partes", disse.
A polícia de Nottingham anunciou na quinta-feira que obteve mais 36 horas para interrogar o suspeito de homicídio de três pessoas e do ferimento de outras três pessoas.
A investigação está a analisar imagens de videovigilância, análises forenses, relatos de testemunhas oculares e a fez buscas em várias propriedades da cidade.
A polícia acredita que o suspeito atacou dois estudantes da Universidade de Nottingham de 19 anos com uma faca e que matou um outro homem de 65 anos antes de roubar a respetiva carrinha.
De seguida, tentou atropelar três pessoas em ocasiões diferentes, continuando um hospitalizado em estado grave.