O homem suspeito de recrutar os passageiros implicados no incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa foi ouvido, esta terça-feira, pelo Ministério Público guineense e continua detido, disse à agência Lusa fonte judicial.
Corpo do artigo
O indivíduo foi questionado no Tribunal Regional de Bissau e foi depois reconduzido às celas da Polícia Judiciária (PJ), também na capital, onde se encontra desde que foi detido, na sexta-feira.
Ainda não se sabe quando é que o suspeito, de 51 anos, vai ser ouvido por um juiz de instrução criminal para aplicação de medidas de coação, referiu a mesma fonte, segundo a qual a greve geral da função pública está a afetar o processo.
A PJ vai pedir que o homem fique em prisão preventiva, para que não perturbe as investigações, uma vez que se suspeita do envolvimento de outras pessoas, referiu fonte policial à Lusa.
As autoridades da Guiné-Bissau obrigaram a tripulação da TAP a levar para Lisboa, no voo de 10 de dezembro, um grupo de 74 passageiros com passaportes falsos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, referiu na segunda-feira que cada um pagou "uma determinada quantia a uma organização" com pessoas "ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau".
O caso foi considerado pelas autoridades portuguesas e europeias como uma grave incidente diplomático e de segurança, que fez com que os voos diretos da TAP entre os dois países estejam suspensos desde quarta-feira.
Toda a situação está a ser averiguada por uma comissão criada pelo governo de transição e que, de acordo com o despacho do primeiro-ministro, Rui de Barros, deve terminar as investigações esta terça-feira e apresentar as conclusões na quarta-feira.