Os dois cidadãos russos acusados pelo Reino Unido de terem envenenado com agente neurotóxico o ex-espião russo Sergei Skripal, na Inglaterra, foram identificados e são civis, não criminosos, disse o presidente russo, Vladimir Putin.
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"Sabemos quem eles são, encontramo-los", disse Putin no 4.º Fórum Económico Oriental, na cidade de Vladivostok, confirmando os nomes que a BBC já tinha avançado há dias, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov. "Estes homens são civis. Não há nada de criminoso aqui", acrescentou, citado pelas agências de notícias russas e pelo britânico "The Guardian", prevendo, para um futuro próximo, possíveis aparições públicas dos suspeitos, para reclamarem a inocência.
As afirmações de Putin contrariam a convicção do Reino Unido, que acredita que os suspeitos foram mandatados para matar Skripal, ex-espião russo que tinha dado informações à inteligência britânica, atribuindo o ataque aos serviços militares russos, nomeadamente ao Departamento Central de Inteligência.
Os dois homens foram acusados, este mês, pelas autoridades britânicos, da tentativa de homicídio de Sergei Skripal, a sua filha Yulia e um polícia. A Scotland Yard (polícia londrina) divulgou imagens do CCTV dos dois suspeitos na estação de comboios de Salisbury, sul de Inglaterra, no dia do ataque, 4 de março passado.
Sergei Skripal, 66 anos, britânico de origem russa, é um antigo agente russo que colaborou com os serviços secretos do Reino Unido. Foi encontrado, juntamente com a filha de 33 anos, semi-inconsciente num banco de jardim, depois de ter sido atacado por um agente neurotóxico de nível militar desenvolvido pela Rússia, o novichok. Ao fim de algumas semanas internados em estado grave, ambos tiveram alta, assim como o agente Nick Bailey, que também foi contaminado.