O governo de Taiwan expressou, esta quarta-feira, apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong e pediu tolerância à China sublinhando que o futuro das relações entre Pequim e Taipé vai depender da gestão da crise.
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O primeiro-ministro de Taiwan, Jiang Yi-huah, disse que os valores da "liberdade e da democracia são universais" e que "o governo e o povo da República da China (Taiwan) apoiam o desejo de Hong Kong pelo exercício do sufrágio universal".
A ministra da Educação do executivo de Taipé, Lung Yang-tai, disse também que as exigências dos manifestantes de Hong Kong são "humildes porque pedem um direito humano básico que já existe em Taiwan", acrescentando que uma resposta positiva da China seria favorável para os laços com Pequim.
O chefe de Estado de Taiwan, Ma Ying-jeou, disse na terça-feira, durante uma reunião do Partido Nacionalista (Kuomintang), que a China deve mostrar tolerância e confiança em relação ao sufrágio universal em Hong Kong e que os progressos no sentido da democracia na antiga colónia britânica só podem beneficiar as ligações entre Pequim e Taipé.
Taiwan segue de perto a evolução dos acontecimentos em Hong Kong marcados pelos protestos contra a decisão da China que não permite que o próximo chefe do Executivo da região administrativa especial seja eleito por sufrágio universal já que tenciona interferir na seleção dos candidatos.
Para muitos na ilha nacionalista, o modo como a China vai gerir a situação em Hong Kong vai ser visto como um sinal sobre os planos de Pequim em relação a Taiwan.
Estudantes e membros de grupos da sociedade civil mantêm desde a semana passada os protestos e a ocupação de ruas no centro da ilha de Hong Kong exigindo o sufrágio direto e não interferência do governo central da República Popular da China no processo de eleição do próximo chefe do governo local, em 2017.