A China acusou, esta sexta-feira, os Estados Unidos de estarem a "atacar" o comércio mundial, prometendo a sua "firme oposição" às taxas aduaneiras sobre as importações de aço e alumínio decididas por Donald Trump.
Corpo do artigo
Donald Trump justificou as novas taxas com a necessidade de proteger, por questões de segurança nacional, a indústria norte-americana mas, esta sexta-feira, a China considera que essa decisão constitui "um ataque deliberado contra o sistema comercial multilateral incorporado pela Organização Mundial do Comércio (OMC)", avisando que as medidas terão "um sério impacto" no mundo global.
971872457182326784
Horas depois de Trump ter assinado os diplomas, também o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Taro Kono, considerou que estas "lamentáveis" taxas "prejudicam as relações comerciais bilaterais".
"Esta medida pode afetar muito a cooperação económica entre o Japão e os EUA, bem como todo o comércio internacional", disse o MNE japonês.
Governo do Brasil preocupado
O Governo do Brasil criticou as taxas de importação sobre o aço e o alumínio, admitindo um impacto negativo no comércio bilateral já desfavorável para o país.
Em comunicado divulgado pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros (Itamaraty) e da Indústria Comércio e Serviços, o executivo de Michel Temer considera que "as medidas causarão graves prejuízos às exportações brasileiras e terão um impacto negativo significativo nos fluxos bilaterais de comércio, amplamente favoráveis aos Estados Unidos nos últimos 10 anos".
O Governo brasileiro afirmou que tem feito esforços para evitar a aplicação destas medidas desde o ano passado, lembrando que os produtos do Brasil não causam ameaça, mas são complementares aos interesses norte-americanos.
A nota refere que cerca de 80% das exportações brasileiras de aço não correspondem a produtos acabados e são utilizadas como produtos intermédios para a indústria siderurgia norte-americana.
O Brasil é o maior importador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos (cerca de mil milhões em 2017), principalmente destinado à produção brasileira de aço exportado para os Estados Unidos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou quinta-feira os decretos que confirmam tarifas aduaneiras de 25% às importações de aço e 10% às de alumínio, numa estratégia para proteger a indústria norte-americana.