"Tem havido perturbações", diz presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola considerou, a propósito do fim da relação estratégica entre Portugal e Angola, anunciada pelo Presidente angolano, que "quem não sente não é filho de boa gente".
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"Respeito a opinião do Presidente de Angola porque, pese embora o esforço que tem sido feito para as relações entre os dois países evoluírem cada vez mais, tem havido perturbações cá em Portugal e quem não sente não é filho de boa gente, como se costuma dizer, porque José Eduardo dos Santos tem sido um dos grandes impulsionadores do reforço das relações entre os dois países", disse o empresário, que é também um alto quadro da Galp.
Questionado sobre qual terá sido a gota de água, Bayan Ferreira respondeu: "Os processos em Portugal não ajudam ao reforço das relações".
Ainda assim, Bayan Ferreira antecipa que os empresários portugueses e angolanos vão continuar a investir nos dois países apesar das "lutas políticas" e das perturbações diplomáticas.
"O empresário português não vai alterar a sua política de investimento devido a estas declarações, porque num determinado momento as relações podem ter um ponto menos positivo, mas o caminho de futuro é o reforço dos investimentos, e os empresários portugueses vão continuar a investir em Angola e os angolanos em Portugal", disse Carlos Bayan Ferreira, em declarações à Lusa.
Para o empresário, a declaração de José Eduardo dos Santos "é uma chamada de atenção para dizer que há que corrigir algumas coisas e reforçar as relações, porque o interesse dos empresários angolanos em investir em Portugal e de portugueses a investir em Angola é real, e por isso há que dar toda a força ao reforço do relacionamento entre os dois países".