
Não há notícias oficiais sobre o presidente Patrice Talon
Fotto: Ludovic MARIN / AFP
O Governo do Benim anunciou ter abortado uma tentativa de golpe de Estado anunciado este domingo de manhã, segundo o ministro do Interior num vídeo publicado na rede social Facebook. Pelo menos 13 militares foram detidos.
Pelo menos 13 militares foram detidos na cidade de Cotonou, no Benim, após uma tentativa de golpe de Estado frustrada, de acordo com fontes do Exército. "Todos os detidos são militares, incluindo um que já tinha sido expulso do serviço", indicou uma fonte militar à agência France-Presse (AFP).
Entre eles estão responsáveis pela operação, embora o tenente-coronel Pascal Tigri, apontado como líder, e outro membro tenham conseguido fugir.
O grupo tinha invadido a sede da Rádio e Televisão do Benim (RTB) na madrugada de hoje, anunciando a destituição do Presidente, Patrice Talon. A ação foi rapidamente neutralizada pela Guarda Republicana, que retomou o controlo do edifício e repôs a ordem.
"Na madrugada de hoje, um pequeno grupo de soldados iniciou uma revolta com o objetivo de desestabilizar o Estado e as suas instituições", acrescentou o ministro do Interior Alassane Seidou. "Diante dessa situação, as Forças Armadas do Benim e a sua liderança, fiéis ao seu juramento, permaneceram comprometidas com a república", frisou.
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O grupo rebelde, que se autodenominou Comité Militar para a Refundação, anunciou a destituição do presidente e de todas as instituições estatais, tendo ainda informado da nomeação do tenente-coronel Pascal Tigri para presidente do comité militar.
Não há notícias oficiais sobre o presidente Patrice Talon desde que tiros foram ouvidos nos arredores da residência presidencial. O sinal da televisão estatal e da rádio pública foram cortados após o anúncio militar.
Após a independência da França em 1960, este país da África Ocidental sofreu vários golpes de Estado, sobretudo nas décadas após a independência. Desde 1991, o país tem estado politicamente estável após duas décadas de governo do marxista-leninista Mathieu Kérékou.
Patrice Talon está no poder desde 2016 e deverá deixar o cargo em abril próximo, após as eleições presidenciais.
O candidato escolhido pelo partido de Talon, o ex-ministro das Finanças Romuald Wadagni, é o favorito para vencer as eleições. O candidato da oposição, Renaud Agbodjo, foi rejeitado pela comissão eleitoral, que alegou falta de patrocinadores suficientes.
Em janeiro, dois associados de Talon foram condenados a 20 anos de prisão por uma suposta conspiração para um golpe de Estado em 2024.
No mês passado, o poder legislativo do país prolongou o mandato presidencial de cinco para sete anos, mantendo o limite de dois mandatos.
O aparente golpe que o ministro do Interior afirma ter sido "frustrado" é o mais recente de uma série de insurreições que abalaram a África Ocidental.
O último data de novembro, na Guiné-Bissau, onde um grupo de militares tomou o poder, destituindo o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendendo os resultados das eleições de 23 de novembro e empossando o general Horta Inta-A como presidente de transição por um ano.
