As autoridades dos dois territórios separatistas pró-russos na Ucrânia oriental anunciaram esta sexta-feira que bloquearam o acesso ao maior motor de busca da Internet, o Google, acusando-o de promover a violência contra os russos.
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Segundo o líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin, o motor de busca "promove o terrorismo e a violência contra todos os russos, especialmente a população de Donbass. Decidimos bloquear o Google no território", afirmou numa declaração esta sexta-feira.
"Se o Google deixar de prosseguir a sua política criminosa e voltar a cumprir a lei, a moralidade e o senso comum, então não haverá obstáculos às suas operações", acrescentou.
Na quinta-feira, o líder da região separatista vizinha de Lugansk, Leonid Pasetchnik, anunciou que tinha tomado a mesma medida.
"A guerra não é apenas sobre mísseis a chover sobre as nossas cidades, mas também sobre uma nuvem de informação falsa que a Ucrânia nos envia. Infelizmente, o Google tornou-se a sua arma principal", argumentou Pasetchnik.
"Podemos passar sem o Google. Se melhorarem e começarem a respeitar as pessoas, então consideraremos restaurar" o acesso ao motor de busca, acrescentou.
As autoridades separatistas pró-russas na Ucrânia oriental, tal como a Rússia, têm procurado reforçar o seu controlo sobre a informação divulgada desde que Moscovo lançou a sua ofensiva contra o país vizinho no final de fevereiro.
Na Rússia, foram aprovadas novas leis que punem com pesadas penas de prisão as publicações do que o Kremlin considera ser "informação falsa" sobre o exército ou relativamente às operações militares estrangeiras.
O país também bloqueou as principais redes sociais, tais como o Facebook, Twitter e o Instagram.
O Kremlin que chegou a desenvolver o seu próprio motor de busca, o Yandex, há anos que tenta desenvolver uma Internet independente e soberana, como o que acontece na China.