A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai comparecer esta quarta-feira no funeral de Lyra McKee, a jornalista morta durante protestos na Irlanda do Norte por um grupo dissidente do grupo terrorista Exército Republicano Irlandês.
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A viagem implica que a primeira-ministra falhe o debate semanal com os deputados da Câmara dos Comuns, sendo substituída pelo ministro do Gabinete, David Lidington.
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Lyra McKee, de 29 anos, foi morta por uma bala na quinta-feira enquanto fazia reportagem sobre tumultos em Londonderry, cidade no norte da província britânica a cerca de 100 quilómetros a noroeste da capital, Belfast.
Uma cerimónia religiosa será realizada na Catedral de Santa Ana, em Belfast, onde está prevista a presença também do líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, assim como do presidente e do primeiro-ministro irlandeses, Michael Higgins e Leo Varadkar.
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A jornalista norte-irlandesa era editora do portal Mediagazer e autora de vários livros, além de uma ativista dos direitos da comunidade LGBT.
O grupo auto-intitulado Novo IRA (New IRA) assumiu a responsabilidade e pediu desculpa pelo acidente, alegando que McKee foi baleada durante uma intervenção contra "as forças inimigas", forma como se refere à polícia, que efetuava uma rusga em busca de armas.
A polícia deteve dois adolescentes e uma mulher de 57 anos, mas libertou os três sem fazer acusações e continua a procurar uma figura de face coberta filmada a disparar uma pistola.
O novo IRA foi formado por dissidentes opostos ao processo de paz iniciado em 1998, que resultou na extinção do IRA e de outros grupos paramilitares responsáveis por centenas de mortes.
O conflito sectário da Irlanda do Norte entre republicanos (católicos) e unionistas (protestantes) durou cerca de três décadas e fez mais de 3500 vítimas mortais.