O secretário-geral da Nações Unidas, o português António Guterres, é a capa da revista "Time", numa edição dedicada às alterações climáticas.
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Sob o título "O Nosso planeta afunda-se", a capa mostra António Guterres com água pelos joelhos, a olhar de frente a lente do fotógrafo.
A edição online da revista norte-americana fundada em 1923, cujo tema é a subida dos oceanos, apresenta uma capa animada, com o nível da água a subir, submergindo lentamente o secretário-geral das Nações Unidas.
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O ex-primeiro-ministro português António Guterres tem sido uma das vozes mais ativas nos alertas sobre os perigos do aquecimento global para o futuro do planeta e da humanidade.
Ainda há menos de 15 dias, o secretário-geral da ONU pediu impostos sobre a poluição, o fim dos subsídios sobre os combustíveis fósseis e mudanças na forma como se fazem negócios, se obtém energia e se produzem alimentos.
"Considero absurdo que estejamos a taxar os salários e os rendimentos, mas não o carbono. Não entendo como se está a utilizar o dinheiro dos contribuintes para subsidiar os combustíveis fósseis, aumentar os furacões, aumentar a seca, derreter glaciares, branquear os corais e multiplicar os desastres em todo o mundo", sublinhou.
António Guterres falava durante a "Austrian World Summit", uma cimeira que se realiza em Viena contra as alterações climáticas, apoiada pelo ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, que nasceu na Áustria.
Na ocasião, Guterres apelou à comunidade internacional que adote medidas "muito mais ambiciosas" que as previstas para responder às alterações climáticas.
O secretário-geral da ONU avisou que o acordado em Paris sobre o clima, apesar de ter sido um "êxito enorme", não vai ser suficiente para alcançar o objetivo de limitar o aumento da temperatura em 1,5 graus até ao final do século. O risco de que o aquecimento global possa superar os três graus seria "catastrófico", destacou.