Tiros e decapitações: cadeias do Equador em estado de exceção por conflitos entre rivais
Pelo menos 116 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas num motim entre grupos rivais numa cadeia de Guaiaquil, no Equador, levando o chefe de Estado, Guillermo Lasso, a declarar o estado de emergência em todo o sistema prisional por um período de 60 dias.
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Durante os confrontos, que ocorreram na terça-feira, cinco reclusos foram decapitados e outros mortos a tiro. O comandante da polícia local, Fausto Buenaño, revelou ainda que foram atiradas granadas e que só com a ação de 400 agentes foi possível controlar o motim.
De referir que a cadeia de Guaiaquil, considerada uma das mais perigosas do país, abriga gangues com ligações a cartéis mexicanos, que terão ordenado os confrontos.
"A polícia assumiu ontem o controlo, às 14 horas, mas à noite houve tiroteios e explosões. Só hoje de manhã conseguimos recuperar totalmente o poder. Agora, à medida que vamos entrando nos pavilhões, vamos descobrindo mais corpos", sublinhou o diretor prisional do Equador, Bolivar Garzón.
O responsável explicou ainda que os reclusos conseguiram, através de um buraco, chegar a outra ala da prisão para atacar os rivais. Em pleno motim, seis cozinheiros feitos reféns foram libertados pelas autoridades.
Este é o mais recente episódio de uma série de incidentes mortais entre os dois gangues, que lutam para controlar as cadeias. Já em fevereiro, 79 reclusos foram mortos em lutas semelhantes.