O republicano Tom Emmer desistiu na terça-feira da candidatura à presidência da Câmara dos Representantes dos EUA, horas após conseguir a nomeação do seu partido e no seguimento de reações negativas da direita, incluindo do ex-presidente Donald Trump.
Corpo do artigo
A desistência abrupta do deputado do Minnesota, terceira tentativa dos republicanos para obter os 217 votos necessários no plenário para eleger um "speaker", mantém o Congresso num impasse três semanas após o afastamento de Kevin McCarthy, avança o "New York Times".
Emmer é o terceiro republicano a ser escolhido este mês para liderar o partido, no seguimento da moção de censura contra McCarthy apresentada por membros radicais próximos de Trump, e a ver a sua candidatura fracassar.
Após a nomeação de Emmer, cerca de duas dúzias de republicanos de direita indicaram que não votariam a seu favor no plenário, negando-lhe a maioria de que precisa para conduzir a Câmara dos Representantes.
Mas quando se reuniu com os deputados resistentes para tentar demovê-los, o ex-presidente Donald Trump emitiu uma declaração contundente nas redes sociais expressando a sua veemente oposição a Emmer e a acuá-lo de ser "republicano apenas de nome".
Emmer, de 62 anos, está no Congresso desde 2015 e é o número três dos conservadores na câmara desde janeiro, quando se iniciou um novo ciclo parlamentar após o Partido Republicano ter vencido as eleições intercalares no final do ano passado.
A presidência interina da câmara de representantes é atualmente ocupada por Patrick McHenry, mas até que um novo líder seja eleito, novas resoluções ou projetos de lei não podem ser aprovados.
A câmara está também impedida de aprovar resoluções que possam ajudar a regular a política económica, nomeadamente ao nível do combate aos efeitos da inflação, que ainda se mantêm a um nível elevado.
A nível externo, a ausência de um líder também impede a autorização de gastos em ajuda humanitária e militar em conflitos externos, como aqueles que ocorrem na Ucrânia (onde os Estados Unidos são o maior doador) e, mais recentemente, no Médio Oriente, depois de o aliado Israel ter declarado guerra ao grupo islamita Hamas.