A chegada de um comboio especial à China com um "alto funcionário norte-coreano" deu o mote à especulação de que Kim Jong-un estaria em visita ao país, para discutir as relações entre as duas nações asiáticas, mas nada foi confirmado oficialmente. A composição já partiu de regresso à Coreia do Norte, mas pouco se sabe sobre quem transportou.
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O comboio verde e amarelo, com 21 carruagens, é semelhante àquele que anteriormente transportou o ex-líder norte-coreano Kim Jong Il, na sua última deslocação a Pequim, em 2011.
Esta manhã, imagens do centro de Pequim em estado de sítio, com muita polícia e trânsito cortado em várias artérias da cidade, para deixar passar uma limusine Mercedes alimentaram a especulação e deram sustentação à afirmação da agência Bloomberg de que o líder norte-coreano estaria numa rara visita ao país.
O veículo escoltado tinha entrado na segunda-feira na Residência de Hóspedes Oficiais Diaoyutai, em Pequim, e uma guarda de honra militar foi avistada no local mais tarde, depois de duas emissoras japonesas terem noticiado a chegada a Pequim de um comboio oriundo da Coreia do Norte, sob fortes medidas de segurança.
Esta terça-feira, o acesso à praça de Tiananmen foi também limitado, um protocolo habitual quando ocorrem visitas de líderes estrangeiros ao Grande Palácio do Povo, que se encontra junto à praça.
Uma porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros disse não ter informações, enquanto a imprensa norte-coreana não noticiou qualquer visita oficial a Pequim. O gabinete presidencial da Coreia do Sul afirmou que não pode confirmar as alegações de que o comboio transportou Kim ou a sua irmã, Kim Yo-jong. Analistas sul-coreanos dizem estar céticos de que se trata de uma visita de Kim Jong-un .
Segundo o jornal japonês Sankei, que cita fontes não identificadas do Partido Comunista Chinês, Kim Jong-un reuniu-se hoje com vários líderes chineses.
O episódio antecede os encontros previstos de Kim Jong-un com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no final de abril, e com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em maio.
Caso se confirme, esta terá sido a primeira deslocação do líder norte-coreano ao exterior desde que ascendeu ao poder, em dezembro de 2011.
Pequim continua a ser o mais importante aliado do regime norte-coreano, apesar do crescente distanciamento devido ao programa nuclear e de misseis balísticos empreendido por Pyongyang.