
Polícia francesa escola o carro onde foram encontradas as vítimas
JEAN-PIERRE CLATOT/AFP
As três pessoas da mesma família atacadas quando seguiam num carro de matrícula britânica na aldeia de Chevaline, perto do lago Annecy, na região francesa de Haute-Savoie, foram assassinadas com um tiro na cabeça, informou o procurador regional.
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Em conferência de imprensa, Eric Maillaud disse não poder concluir, para já, se a autoria do crime pertence a um assassino profissional, mas sublinhou que "foi claramente um ato de selvajaria extrema" e que "quem fez isto tinha intenção de matar".
O procurador Maillaud realçou que estão a ser analisados todos os cenários, incluindo o de "drama familiar".
Na quarta-feira à tarde, o alerta para o crime foi dado por um veterano da força aérea que passava, de bicicleta, no local. Minutos antes, tinha sido ultrapassado por outro ciclista, que foi também assassinado, mas que não estará relacionado com as outras três vítimas mortais, aparentemente uma família de veraneantes.
Segundo as autoridades francesas, as vítimas mortais são pai, mãe e avó. Duas crianças seguiam no mesmo carro, aparentemente filhas do casal.
Uma das meninas, de oito anos, chegou a ser dada como morta pela polícia, mas encontra-se hospitalizada. Foi alvejada num ombro e está em coma induzido, para ser sujeita a cirurgias. Ainda em estado grave, está agora "mais estável" e "fora de perigo", segundo o procurador regional.
Só passadas oito horas da descoberta do crime, já perto da meia-noite local, se descobriu, viva e ilesa, uma segunda menina, de quatro anos, sob o corpo da suposta mãe.
A criança já foi interrogada pela polícia. "A menina fala inglês, diz que ouviu barulhos e gritos, mas não consegue dizer muito mais", disse Maillaud.
A polícia britânica já esteve na presumível casa das vítimas, que, tudo aponta, têm nacionalidade inglesa. Porém, a diplomacia britânica ainda não confirmou esta informação.
O proprietário do carro, de marca BMW, com matrícula inglesa, foi identificado como sendo Saad al-Hilli, de 50 anos, nascido em Bagdad, capital iraquiana, e residente em Surrey, segundo apurou a AFP junto de fontes policiais.
Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco informou que a mulher mais velha, identificada como a avó, tem nacionalidade sueca.
O acesso à zona circundante da alegada residência das vítimas, situada no bairro residencial de Esher, a 30 quilómetros do sul de Londres, foi interditado, constatou um jornalista da AFP no local.
Cerca de 60 agentes estão envolvidos na investigação, que não foi suspensa durante a noite, mas ainda não foi estabelecido nenhum motivo para o crime que a imprensa francesa já apelida de "matança dos Alpes".
Segundo a AP, foram encontradas 15 balas usadas, de pistola automática, e um passaporte iraquiano no local do crime.
Os corpos das vítimas vão ser autopsiados na cidade vizinha de Grenoble e serão recolhidas amostras de ADN e analisadas as balas encontradas no local.
A aldeia de Chevaline é popular entre os turistas e muitos cidadãos ingleses são ali proprietários de casas de férias.
O tenente-coronel que lidera a investigação ao crime, Benoit Vinnemann, referiu que a família estaria acampada em Saint Jorioz e foi dada como desaparecida por outros campistas, na quarta-feira à noite.
