Três soldados da força de manutenção de paz da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) foram, esta quarta-feira, acusados de três novos casos de violação.
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"As novas alegações referem-se à violação de três raparigas por três membros do contingente militar da MINUSCA", declarou Vannina Maestracci, acrescentando que uma das vítimas é menor de idade.
As violações aconteceram há "algumas semanas" e foram denunciadas à MINUSCA a 12 de agosto pelas famílias das vítimas.
A porta-voz recusou divulgar a nacionalidade dos "capacetes azuis", mas segundo a AFP, diversas fontes afirmam que os soldados acusados são originários da República Democrática do Congo, e que o contingente se encontrava em missão na localidade de Bambari, no nordeste de Bangui, capital centro-africana.
A missão da ONU naquele país africano tem sido marcada por repetidos casos de assassinatos e violações cometidos pelos seus militares contra a população.
A força, que integra 12.000 militares de diversas nacionalidades, enfrenta 57 acusações, 11 das quais referentes a alegados abusos sexuais de menores.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, demitiu a 12 de agosto o chefe da MINUSCA, Babacar Gaye, declarando que não pode pôr em palavras "o quão angustiado, enraivecido e envergonhado" se sente "devido às denúncias recorrentes, ao longo dos anos, de exploração e abuso sexual por parte das forças da ONU".
Ban Ki-moon qualificou os casos de agressões sexuais por parte dos "capacetes azuis" como "um cancro" no sistema das Nações Unidas.