Um tribunal administrativo egípcio ordenou, esta quarta-feira, a anulação das eleições legislativas marcadas para começar a 22 de abril e o envio da lei eleitoral para fiscalização pelo tribunal constitucional, desautorizando o presidente Mohamed Morsi.
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O tribunal administrativo do Cairo anulou o decreto presidencial que fixava a data para início do processo eleitoral, que a oposição já tinha afirmado que ia boicotar, queixando-se de falta de condições para uma votação transparente.
O juíz Abdel Meguid Al-Moqanen afirmou que Mohamed Morsi ratificou em fevereiro a nova lei eleitoral sem a enviar para fiscalização constitucional, como requer a lei fundamental egípcia.
O presidente já reiterou diversas vezes que as eleições trariam estabilidade ao país, rejeitando as acusações de que a data estava mal escolhida, uma vez que o país está confrontado com uma crise política marcada por protestos contra Morsi, acusado pelos seus opositores de trair os objetivos da revolução de 2011.
Em novembro passado, Morsi emitiu um decreto que alargou os seus poderes, aumentando a contestação da oposição que o acusa de favorecer os interesses da Irmandade Muçulmana, que o apoiou para ser eleito.
O decreto acabou por ser revogado, mas a Constituição aprovada em dezembro continuou sem pacificar os conflitos na sociedade egípcia.
Desde a queda do regime de Hosni Mubarak que os egípcios reclamam reformas de fundo que permitam resolver problemas como o desemprego e a pobreza e combater a corrupção, questões que levaram à revolta de há dois anos.