O realizador de cinema e vencedor de um Oscar é acusado de ter tido relações sexuais com uma menor de 13 anos, em 1977. Nestas décadas, os Estados Unidos ainda não tiveram sucesso em conseguir extraditá-lo.
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Hoje com 82 anos de idade, Roman Polanski devia ter estado presente no tribunal de Cracóvia na manhã desta sexta-feira, quando foi lida a decisão sobre o pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos, mas, segundo a "Associated Press", não compareceu. A decisão foi-lhe favorável, mas é passível de recurso, diz o "Guardian".
Polanski nasceu em França e viveu quase toda a vida na Polónia. Tem, inclusive, dupla nacionalidade. Nos anos 70, numa sessão fotográfica regada a champanhe e drogas, envolveu-se sexualmente com uma adolescente de 13 anos - um crime de violação. Logo na altura, deu-se como culpado junto dos tribunais norte-americanos e, no âmbito de um acordo, chegou a cumprir 42 de 90 dias de prisão. Na véspera da confirmação final da sentença, contudo, fugiu para a Europa. Desde 1978, é talvez o mais livre e famoso fugitivo à Justiça do mundo.
As tentativas de extradição junto da França não foram bem-sucedidas, já que é política do país não extraditar cidadãos seus. Há seis anos, viajou até à Suíça para receber um prémio de carreira e acabou preso, sob autoridade do mandado de captura norte-americano. Cumpriu uma pequena pena de prisão e foi libertado mediante caução, ficando sujeito a prisão domiciliária nos Alpes. Um ano depois, foi libertado em definitivo, quando as autoridades suíças decidiram contra a extradição. Contudo, agora, Polanski tem estado na Polónia, a rodar um novo filme.
Durante toda esta saga, nunca deixou o cinema. Em 2002, venceu um Oscar em 2002 pelo filme O Pianista e foi nomeado para dois outros, pelos filmes Chinatown (1974) e Tess (1979). A sua vida pessoal também daria um filme. É um sobrevivente do Holocausto e a sua mulher, Sharon Tate, foi assassinada pelos seguidores do psicopata Charles Manson, em 1969.