Pelo menos 15 pessoas - incluindo três comandantes da milícia da Jiade Islâmica e quatro crianças - morreram e mais de duas dezenas ficaram feridos, nesta terça-feira, em ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza, elevando para mais de 120 o número de palestinianos mortos neste ano.
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O primeiro ataque da operação "Escudo e flecha", cerca das 2.30 horas (0.30 em Portugal) visou objetivos em Gaza e em Rafah, onde estavam três importantes comandantes das Brigadas Al Qods: Yiad Ghannam, que a chefiava na Faixa de Gaza, Khalil al Bahtini (Norte), e Tariq Ezz al Din, comandante operacional na Cisjordânia.
A Jiade Islâmica conformou a identidade dos três quadros mortos nos ataques, que mobilizaram quatro dezenas de aeronaves e atingiram pelo menos um edifício, causando a morte de civis, incluindo um médico russo, a mulher e um dos filhos.
O enviado das Nações Unidas para o Médio Oriente, Tor Wennesland, classificou a morte de civis "inaceitável", ao que um porta-voz replicou que o atacante fez "o possível para concentrar os bombardeamento contra os combatentes".
Considerando os ataques um "crime sionista covarde", a Jiade prometeu retaliar. "Todas as cidades e colónias" israelitas ficarão sob fogo, disse o comandante Daoud Shehab. O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, advertiu Israel para as "consequências de uma escalada".
Radicais do Governo israelita congratularam-se com os ataques, menos de uma semana após o anúncio de uma trégua obtida com a mediação do Egito, que suspendera confrontos recomeçados com a morte do dirigente palestiniano Khader Adnan, em greve de fome numa prisão.
"Já estava na hora", regozijou-se, no Facebook, o ministro da Segurança Nacional, o ultranacionalista racista Itamar Bem Gvir, terminando o boicote do partido Otzma Yehudir (Poder Judeu) ao funcionamento do Governo e do Knesset (Parlamento).
Enquanto preparava a evacuação de colonatos junto da Faixa de Gaza, esperando retaliações, Israel fez novo ataque, à tarde, causando pelo menos dois mortos e dois feridos em Khan Yunis, alegadamente para neutralizar "um esquadrão terrorista" que transportava mísseis anti-carro.