O ex-presidente dos Estados Unidos e pretendente à recandidatura no próximo ano, Donald Trump, está acusado de mais três crimes relacionados com a retenção ilegal de centenas de documentos classificados e prestes a ser chamado perante um grande júri sobre o seu papel na invasão do Capitólio, em janeiro de 2021.
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As novas acusações do procurador especial Jack Smith, que se juntam às 37 relacionadas com o transporte e a guarda ilegais de documentos secretos (incluindo do Pentágono, da CIA e da Agência Nacional de Segurança) – para a mansão do multimilinário de Mar-a-Lago, depois de deixar a Casa Branca, dizem respeito a alteração, destruição, mutilação ou ocultação de documentos, registos e objetos, bem como a retenção intencional de informação sobre defesa nacional. Um dos documentos dizia respeito à atividade militar num país estrangeiro.
De acordo com as acusações divulgadas ao final da tarde de quinta-feira pela equipa de Jack Smith, Trump e dois funcionários seus que trabalham na mansão – igualmente implicados naqueles crimes – são suspeitos de tentarem obstruir a investigação sobre a posse e manuseio incorreto de documentos ultrassecretos ao conspirarem para imagens de videovigilância na mansão. O administrador das propriedades, Carlos de Oliveira, é suspeito de falsas declarações perante os investigadores da Polícia Federal (FBI).
Esta nova pequena avalanche de acusações cai sobre a cabeça de Donald Trump poucos dias depois de saber que está prestes a ser convocado perante um grande júri, num processo autónomo, por causa da sua alegada participação na tentativa de validação dos resultados eleitorais das presidenciais de 2020 e pelo assalto de apoiantes seus ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, no momento em que no Congresso se verificavam os votos.
O ex-presidente e pretendente à nomeação pelo Partido Republicano para as eleições do próximo ano, que deve começar a ser julgado em maio – já em plena campanha eleitoral - no caso da retenção ilegal de documentos classificados, reagiu com a habitual truculência. Além de insistir que se trata de “uma interferência eleitoral ao mais alto nível”, acusa o Ministério Público de “má conduta” e apodou o procurador especial de “transtornado”.