
Donald Trump
Carlos Barria/REUTERS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu, esta quinta-feira, as suas declarações polémicas - desde as acusações de espionagem contra Barack Obama, o "Brexit" ou a NATO - afirmando que o seu instinto costuma estar certo.
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"Que mais posso eu dizer? Tenho tendência para estar certo. Sou uma pessoa que funciona por instinto, acontece que sou uma pessoa que sabe como a vida funciona", afirmou o 45.º presidente norte-americano, numa entrevista à revista "Time".
Convidado pela "Time" para participar numa peça (tema de capa) sobre as verdades e as mentiras que costuma divulgar, Trump aproveita para fazer um auto-elogio, reafirmando muitas das declarações polémicas, ou simplesmente remetendo para a sua interpretação de vários artigos na imprensa norte-americana e mundial.
"Sou uma pessoa muito instintiva, mas o meu instinto revela-se acertado. Quando toda a gente disse que eu não ia ganhar as eleições, eu disse que iria sim. (...) Previ muitas coisas. (...) Disse que ia acontecer o 'Brexit', e toda a gente se riu, e o 'Brexit' aconteceu", frisou Trump, referindo-se à decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.
No entanto, ao ser questionado sobre o "Brexit" precisamente na noite anterior à votação no referendo britânico - quando todas as sondagens davam a derrota da opção "sair" - o então candidato presidencial republicano Donald Trump mostrava-se muito menos categórico: "As pessoas não precisam de ouvir o que tenho para dizer [sobre isso], porque não estou assim tão interessado na questão".
Sobre a acusação que fez repetidamente - sem apresentar quaisquer provas - em como milhões de pessoas votaram ilegalmente nas presidenciais norte-americanas de 8 de novembro, Trump remete para o futuro: "Penso que veremos que também [nesse ponto] eu tinha razão".
Até ao momento não foi apresentada qualquer prova de fraude eleitoral em massa nas presidenciais americanas de 2016, hipótese rejeitada categoricamente tanto por democratas como por republicanos.
Sobre a acusação de que muçulmanos de Nova Jérsia celebraram o anúncio dos atentados de 11 de setembro de 2001, Trump defende-se com o artigo de jornal em que baseou a sua interpretação. "Olhe para o jornalista, ele escreveu essa história no Washington Post", disse Trump, voltando a citar um artigo cujo autor rejeita, categoricamente, essa interpretação.
Trump também disse que o pai do senador Ted Cruz, rival na corrida à nomeação republicana, foi visto ao lado do assassino do presidente John F. Kennedy, Lee Harvey Oswald. "Bem, isso estava no jornal. Eu gosto do Ted Cruz, é um amigo. Mas isso estava no jornal. Eu não estava... eu não disse isso. Estava a referir-me a um jornal. (...) Porque dizem que eu tenho de pedir desculpa? Eu só citei o jornal", justificou,
O jornalista da "Time" questionou Trump sobre se não é preferível que um presidente dos EUA se abstenha de divulgar informação não confirmada. "Eu não afirmo, eu cito", respondeu Trump.
O presidente conclui a entrevista com uma auto-avaliação: "De momento, imagino que não me estou a safar assim tão mal, porque eu sou presidente e você não", disse Trump ao jornalista.
