O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que falou com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e que este lhe prometeu uma investigação "completa" sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
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"Acabei de falar com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, que negou firmemente qualquer conhecimento do que se passou no consulado da Turquia", escreveu Donald Trump na sua conta da rede social Twitter.
"Ele estava com o secretário de Estado [norte-americano], Mike Pompeo, durante a chamada e disse-me que já ordenou, e vai rapidamente ampliar, uma investigação completa e aprofundada sobre este assunto. Em breve, haverá respostas", acrescentou.
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Pompeo reuniu-se em Riade com o rei saudita, Salman bin Abdelaziz, com o príncipe herdeiro e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Adel al-Yubeir.
No encontro, o monarca saudita comprometeu-se a levar a cabo uma investigação "completa, transparente e oportuna" sobre o desaparecimento de Khashoggi, jornalista crítico do regime de Riade cujo paradeiro se desconhece desde 02 de outubro, dia em que foi visto a entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.
As investigações na Turquia apontam para que Khashoggi, desde 2017 exilado nos Estados Unidos, tenha sido assassinado dentro do consulado, o que as autoridades sauditas negam.
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Depois de falar na segunda-feira com o rei saudita, Trump pôs em causa o envolvimento do reino árabe no desaparecimento de Khashoggi, dizendo que os responsáveis "poderiam ter sido assassinos por conta própria".
O diário "The New York Times" e a estação televisiva CNN noticiaram na segunda-feira que a Arábia Saudita planeia reconhecer que o jornalista morreu sob a sua custódia no consulado, numa operação cujo controlo lhes escapou, um interrogatório que "correu mal", mas que tentará distanciar dos acontecimentos a cúpula do reino.
Pompeo viajará na quarta-feira para a Turquia, onde se reunirá com as autoridades do país, que estão a investigar o desaparecimento do jornalista.
Esta terça-feira à noite, a CNN noticiou, citando uma fonte turca, que Jamal Khashoggi foi mesmo assassinado dentro do consulado saudita de Istambul há duas semanas e que o seu corpo foi em seguida desmembrado para ser retirado do edifício.